“Eu o encorajo a se juntar a esta empolgante iniciativa à sua maneira, seja protegendo um ambiente precioso, restaurando um degradado ou plantando algo novo”. Todas estas atividades são atos espirituais também, pois plantar é esperançar, proteger é amar e restaurar é curar – compartilhar o trabalho reconciliador de Deus em toda a criação”. Justin Welby, Arcebispo de Cantuária
Na quarta-feira, 3 de agosto, no jardim do Palácio Lambeth, foi lançada a Floresta da Comunhão (Communion Forest). Centenas de bispas/os da Comunhão Anglicana, reunidas/os para a Conferência de Lambeth, seus cônjuges e convidadas/os se uniram em oração e compromisso com esta nova iniciativa. O breve momento litúrgico foi liderado pelo Arcebispo de Canterbury Justin Welby e (naquele momento) Arcebispo da América Central Julio Murray, que é o principal bispo da Comunhão Anglicana para questões de meio ambiente e coordenador da Rede Ambiental da Comunhão Anglicana. Eles foram acompanhados por seus cônjuges, pela ativista climática queniana Elizabeth Wathuti, por líderes indígenas anglicanos, por bispas/os da articulação para a Justiça Ambiental (eco-bishops) de toda a Comunhão Anglicana, e por outros envolvidos no desenvolvimento da iniciativa.
A Communion Forest é uma visão para que a Comunhão Anglicana se una para proteger e restaurar as florestas e outros habitats em todo o mundo. Ela será um dos legados da Conferência de Lambeth de 2022 – uma expressão compartilhada do compromisso da Comunhão com a Quinta Marca da Missão Anglicana: Esforçar-se para salvaguardar a integridade da criação e sustentar e renovar a vida da Terra. A iniciativa é inspirada por – e se baseia em – iniciativas ambientais já ocorrendo ao largo da Comunhão e fornece um mecanismo para as/os anglicanas/os compartilharem e aprenderem uns com os outros. O livreto informativo sobre a Floresta da Comunhão dado às pessoas no Dia de Londres pode ser encontrado aqui e mais detalhes são fornecidos abaixo.
O lançamento da Communion Forest teve como pano de fundo o amplo Dia de Londres da Conferência de Lambeth, um dia dedicado à oração, ao companheirismo e à reflexão sobre os temas do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável. O dia aconteceu nos terrenos do Palácio Lambeth, cercado por pássaros, insetos, plantas, árvores e centenas de outras espécies. No entanto, como o Arcebispo Justin salientou, mesmo em meio a tanta beleza, a evidência da emergência ambiental era evidente demais na terra queimada e nas plantas moribundas do jardim – o resultado de um calor extremo sem precedentes.
Como parte do lançamento, foi plantada uma árvore simbólica, a primeira árvore oficial da iniciativa. Os bispos e outros convidados foram convidados a abençoar a árvore, derramando um copo de terra sobre suas raízes. A longa fila de pessoas que se formaram para fazer isso foi profundamente comovente. No início do dia, durante o almoço, as/os bispos haviam compartilhado entre si os desafios ambientais que afetavam suas comunidades e escrito orações em folhas de papel, que foram acrescentadas às árvores da vida no jardim.
E as folhas da árvore são para a cura das nações
Foi central para a visão do dia e para a iniciativa da Floresta da Comunhão a imagem bíblica descrita no Apocalipse 22:1, com sua esperança de abundância e restauração:
” O anjo mostrou-me depois o rio das águas vivas que brilhava como cristal e que saía do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da praça da cidade e de cada lado do rio crescia a árvore da vida que dava frutos doze vezes por ano, em cada mês o seu fruto; e as folhas da árvore servem de remédio para toda a gente.” (Rev. 22:1-2 RCS)
Como diz o Arcebispo Justin Welby na introdução do livreto Communion Forest, “Estamos vivendo em uma época de múltiplas crises globais, emergindo da pandemia da Covid-19 e com as mudanças climáticas, o conflito e uma crise alimentar emergente. Em nossa dor coletiva, precisamos de símbolos e ações de esperança”. A Floresta da Comunhão é um símbolo e um ato de esperança – algo que podemos fazer juntas/os como Igreja de Deus para o Mundo de Deus enquanto fazemos nossa jornada a partir da Conferência de Lambeth”.
O que é a Floresta da Comunhão?
A Floresta da Comunhão é uma iniciativa global que compreende atividades locais de proteção florestal, cultivo de árvores e restauração do ecossistema empreendidas por províncias, dioceses e igrejas individuais através da Comunhão Anglicana para salvaguardar a criação. atividades serão determinadas localmente para que sejam adequadas do ponto de vista geográfico, cultural e ambiental. A “floresta” terá, portanto, um aspecto muito diferente em diferentes partes da Comunhão. As expressões locais podem ser sobre árvores, mas também podem ser sobre áreas úmidas, pastagens ou habitats costeiros.
As igrejas podem optar por assumir um projeto que envolva:
- Proteção – defender e tomar medidas para deter o desmatamento ou impedir a destruição de outros habitats.
- Restauração – restabelecimento de um pedaço de terra residual ou outro ambiente degradado.
- Criação – iniciar uma iniciativa florestal em terras de igrejas ou apoiar um projeto na comunidade em geral.
- Crescimento – proteção e restauração devem ser consideradas antes de se estabelecer algo novo. Onde algo novo é estabelecido, a ênfase deve ser colocada no crescimento, e não apenas no plantio. Trata-se de cultivar o tipo certo de árvore no lugar certo.
- Multiplicação – ajudar os outros a se envolverem. As igrejas ou dioceses podem ser um elemento “multiplicador” através do cultivo de uma árvore ou viveiro de plantas para permitir uma participação mais ampla no florestamento.
Exemplos de tais iniciativas já ocorrendo em toda a Comunhão podem ser encontrados no site da Communion Forest aqui. Estamos buscando aumentar o número de estudos de caso, portanto, se você tiver uma história para compartilhar, entre em contato: communionforest@anglicancommunion.org.
A Floresta da Comunhão é uma resposta prática, espiritual e simbólica à crise ambiental e um ato de esperança cristã para o bem-estar da humanidade e de toda a criação de Deus. A visão é que a iniciativa seja tecida na vida espiritual e litúrgica da Igreja, ajudando as pessoas a conectar sua fé com o cuidado com a criação de Deus.
Informações muito mais detalhadas podem ser encontradas no site da Communion Forest.
A Aliança Anglicana e a Floresta da Comunhão
A Aliança Anglicana tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento da Floresta da Comunhão, trabalhando na iniciativa com um grupo de bispas/os que se articular ao redor da justiça ambiental (eco-bishops) de toda a Comunhão e da Rede Ambiental da Comunhão Anglicana nos últimos três anos.
A Aliança Anglicana existe para conectar, equipar e inspirar a família anglicana mundial a trabalhar por um mundo livre da pobreza e da injustiça e para salvaguardar a criação. A integridade da criação está sob grande tensão como resultado das mudanças climáticas, da degradação ambiental e da perda da biodiversidade. A degradação ambiental e a mudança climática também são fatores importantes que impulsionam a pobreza e a migração e, portanto, são questões transversais que fazem parte de cada um de nossos três pilares de alívio, desenvolvimento e defesa/advocacy.