A Comunhão Anglicana é um dom precioso é uma realidade muito rica

20 January 2016

Enquanto eu tenho orado e refletido durante a semana passada e o encontro de Primazes se aproximava, eu me dou conta de quão precioso é o dom e quão rica é a realidade que a Comunhão Anglicana tem sido para mim.

Desde a infância eu tenho visitado ou vivido em diferentes países, considerando muito valiosa a acolhida em uma igreja local como parte de uma família que é a Comunhão. Tais encontros enriqueceram minha fé e também minha compreensão dos dons únicos e variados de cada membro como parte do Corpo de Cristo.

Nós vemos isto muito vivo na Aliança Anglicana, que conecta igrejas e agências na Comunhão na busca de expressar a preocupação de Deus pelas pessoas empobrecidas e vulneráveis hoje, através do trabalho de alívio, desenvolvimento e incidência pública.

Desde a perspectiva da Aliança Anglicana, a Comunhão é uma família caracterizada por uma profunda interdependência e um discipulado compartilhado, justo como nós participamos na missão de Deus no mundo. Isto é refletido nas nossas marcas da missão: testemunhar o amor de Jesus para com todas as pessoas, responder as necessidades humanas, trabalhar pela justiça, paz e reconciliação e salvaguardar a criação.

Nós pertencemos a uma Comunhão na qual cada um de nós possui e compartilha diferentes dons e necessidades. Isto em um mundo onde nos podemos receber e doar, entrelaçados na esperança e criatividade através do amor de Deus.

A Aliança Anglicana enxerga, através da Comunhão, essa percepção da missão partilhada e interdependência mútua vivida no cotidiano. Onde quer que haja um desastre natural ou conflito, a igreja local responde imediatamente e com coragem as necessidades humanitárias são atendidas, enquanto outras ao redor do globo são interconectados para saber qual a melhor maneira de oferecer apoio em oração e ação.

Um membro de uma igreja em Burundi disse recentemente, ao enfrentar uma crise de âmbito nacional: “nós sabemos que não estamos sozinhos; nós somos irmãos e irmãs na Comunhão orando por nós.”

Na área do desenvolvimento, as igrejas da Comunhão trazem riqueza e uma variedade de dons – em teologia, habilidades técnicas, tempo e outros recursos – que podem ser partilhados mutuamente.

Um exemplo é o movimento para acabar com a escravidão moderna. Cada parte da Comunhão reconhece esse fenômeno como uma crise. O Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, e o Papa Francisco juntaram forças com outros lideres religiosos, conclamando para uma ação conjunta contra o que eles denominaram “crime contra a humanidade”. A Comunhão está agora começando a conectar-se para compartilhar sua visão, habilidades e recursos nessa luta. Sobreviventes da escravidão tem dito que para elas e eles a Igreja trabalhando em conjunto pelo mundo é chave e esperanças para acabar com a escravidão moderna.

Do mesmo jeito, a Comunhão tem uma palavra corajosa pela justiça e paz, juntando as preocupações de anglicanas e anglicanos nas comunidades mais marginalizadas com nossos lideres nacionais e globais. Numa recente conferencia das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, líderes anglicanos levantaram suas vozes e as vozes dos membros das igrejas diretamente impactados pelas mudanças desastrosas nos níveis dos oceanos e padrões climáticos.

Isto é inspirador, humilde e nos dá coragem para, como Aliança Anglicana, testemunhar a Comunhão em ação, falando e vivendo seu testemunho cristão e o significado do que é estar conectado por laços de afeição e preocupação pelas pessoas mais empobrecidas e vulneráveis.

Estes laços presentes na Comunhão possui um significado profundo em nosso mundo conturbado e cheio de sofrimento. Nós precisamos desses laços para responder ao simples mas profundo jeito de Deus se preocupar com todas as pessoas e seu desejo de ver seu Reino acontecer assim na terra, como no céu.

Essas ações partilhadas no mundo são sinais de “koinonia” – o jeito do Novo Testamento chamar o cuidado e a partilha mutua, de irmandade, de estar em relação com os bens comuns do povo de Deus – uma expressão visível do que significa ser Igreja.”

Tradução do Inglês